terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Acorda hoje uma aventura que anda a fazer-se em mim há muito tempo. A palavra é grega

Há um novelo cujo fio é composto por letras. Fazem todos parte de uma colecção de palavras que comecei há cerca de 7 anos na Grécia. Há um novelo com (muitas) pontas soltas, conversas inacabadas, memórias reais, implantadas ou imaginadas. Este é o momento de (re)começar. Não ceder à ideia confortável de me desculpar com os milhares de autores maravilhosos! Há um novelo onde trago alguns deles desde que me conheço e é a partir desta necessidade de usar palavras que começo aqui a tricotar uma teia. Há um novelo que se expande como o universo. Há um fio que se faz em mim e me leva a viver diariamente momentos inesquecíveis porque sei dos males do mundo mas nunca me renderei. Tento sempre fazer do dia um lugar um pouco mais bonito. Sou viciada em coincidências, peço pois a Jano que me dê um empurrão valente para que durante o resto do ano a preguiça, a tristeza ou a virtualidade não me impeçam de escrever. É isto que me salva! Há um novelo que começo a olhar, devagar, para ver por onde lhe pegue. ParaKalo parece-me uma boa forma de fazer a primeira laçada. ParaKalo é a primeira palavra da minha colecção de palavras e quer é a resposta "por nada, não custou nada" à palavra Obrigado. Registei-a a primeira vez na Grécia, voltei a ouvi-la no último verão na voz de uma senhora, com 80 anos, que andava a fazer compras num street market onde fui parar. Esta senhora, acompanhada por três de 4 filhos escreveu a palavras Parakalo numa página da minha moleskine quando lhe expliquei o que colecciono. ParaKalo pode ser também o novelo onde me encontro em Frida Kalo, tanto minha que arrepia! É como se lhe contasse histórias, num novelo de transformações. Obrigada a quem resistiu à provocação nos longos textos que coloquei num mural (onde não fazia sentido nenhum haver mais que 2 ou 3 palavras, uma partilha, uma imagem. Nunca consigo conter as palavras e escrever pouco. Dei~lhes tudo! Fosse no ínvisível ou abundância. Não tenho pretensões a escrever bem, não uso este tempo para aperfeiçoar esta arte porque a minha é contar e partilhar histórias, escolhas, vivências e tantos momentos! Viver é tão breve que olhar para este novelo faz-me pôr as mãos ao caminho. Acontecem milagres comigo todos os dias! Não aproveitar o espanto, o estrondo de cada respirar é que me parece, infinitamente, difícil. Tricotar teias, vamos a isto! (1 de Janeiro de 2 mil e 18)

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